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sábado, 19 de agosto de 2017

A CONFRARIA LITERÁRIA



Um autor que esteja vinculado à tradição literária nunca escreve senão em diálogo constante com os demais escritores dessa tradição. Isso em algumas circunstâncias revela-se de modo evidente, como são os casos de Goethe e Thomas Mann, dois autores alemães que se encontram conectados por uma idêntica linha de pensamento. Se o primeiro concebeu sua obra máxima, o Fausto, dando vida à história de um intelectual, estudioso de ciências ocultas que, movido por vaidade e soberba, convoca o demônio - Mefistófeles – a fim de pactuar em troca de conhecimento e juventude, o segundo deu ao mundo Doutor Fausto, a releitura moderna do mesmo tema, agora retratado na história do músico Adrian Leverkühn.  

Também James Joyce colocou-se no centro desse diálogo ao escrever Ulisses, obra gigantesca que coloca o drama de Odisseu em uma narrativa contemporânea.  

Podem-se identificar diversas outras referências nesse sentido, e essa característica não deve ser interpretada como plágio ou ausência de originalidade. O verdadeiro significado desse colóquio literário reside no fato de que as questões relevantes da literatura não se esgotam em uma obra específica, mas continuam pulsando e exigindo outras tantas respostas satisfatórias dos autores. Trata-se de conhecer o histórico dessas questões, e oferecer um contributo importante ao debate. 

O autor que isso compreende e, além de buscar esse conhecimento, tenta engendrar sua própria contribuição torna-se membro dessa íntima confraria literária. 

Gabriel Santamaria é autor de O Evangelho dos Loucos (romance), No Tempo dos Segredos (romance), Assim Morre a Inocência (contos), Destino Navegante (Poemas), Para Ler no Caminho (Mensagens e Crônicas).

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